Nostalgias
No outro dia tentei fazer uma lista de resoluções para o ano de 2007, mas saiu uma coisa tão grande, disparatada e extremamente pessoal que achei que nem valia a pena pensar mais naquilo. "Arruma pó lado...". Em 2008, cá estarei (?) para ver se foram todas cumpridas.***
Entretanto, deu-me a nostalgia, e resolvi deitar-me na cama a ler um Tintim. Assim mesmo, à séria, de barriga para baixo e com as pernas a balançar por cima do rabo.
(Só faltou serem 9h da manhã de sábado e ter entrado no quarto do meu irmão em bicos de pés, para não incomodar a sua ressac... aahh... o seu soninho!)
E de repente deu-me muita vontade de ser pequenina outra vez, de me rebolar pela areia do Meco, de ler Shakespeare para putos (requisitados na "biblioteca de praia" - ainda me lembro do cheiro dos livros!), de brincar com pedrinhas com a minha Titi, de me atirar para a linha de rebentação a brincar às "Marés Vivas", de entrar na sala aos pulinhos, de não pensar no que dizia, de me armar em Catarina Furtado no "Chuva de Estrelas", de cantar o "Carmina Burana" aos berros, de não deixar o meu irmão adormecer nas viagens de carro, de fazer queixinhas à mãe porque ele não me deixava servir-me duas vezes de cereais (esta ainda me está atravessada!), de me rir às gargalhadas com as saídas do Capitão Haddock, de adormecer o Canito (à força) no meu colo...
Mas, ao fim e ao cabo, acabamos todos por ser crianças grandes (umas mais que outras). E, agora que penso nisso, muitas destas coisas ainda hoje me acontecem (ok, a da Catarina Furtado não, mas a de pensar e tal...).
E que tal para 2007 um bocadinho de humildade para assumirmos que ainda temos muito para aprender?
(Alguém viu a minha Barbie?...)