29 agosto 2006

Don't panic !

Passar na rua de mãos enterradas nos bolsos e auscultadores bem colados aos ouvidos. Olhar para o céu e sorrir, cantar a nota mais alta sem abrir a boca. Sair do corpo, ser mais gigante que o próprio mundo. Voar sem tirar os pés do chão. Planar num momento simplesmente inesquecível e inesquecivelmente simples. Ter a eternidade no olhar.
Ser livre... Só ali, só porque sim.

E depois voltar. Deitar na cama, afundar a cabeça na almofada, os auscultadores ainda colados aos ouvidos. Saber o que tem de ser feito, embora custe. Morrer e tornar a nascer, e tornar a morrer, num só momento. A guerra nas entranhas, o estranho sabor a desilusão nas pupilas gustativas do coração. Saber o que sempre se soube, sem ter coragem de realmente o entender.
Tomar decisões... Abanar a cabeça ao ritmo lento da música, as lágrimas a molhar de quente solidão a almofada.
Simplesmente chorar.

E depois dormir. Assim, sem mais nada.
Porque amanhã é um novo dia.




[foto tirada por mim, em Berlim]

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