27 maio 2007

no fundo, apenas um complexo "muito obrigada"

Sinto-me obrigada a curvar-me. Nunca ninguém me levou as lágrimas aos olhos tão depressa e intensamente. Não há palavras para descrever o orgulho que tenho em ti. És ao mesmo tempo tão menina, e tão adulta... És uma menina que cresceu depressa de mais, és uma adulta que ficou presa nas teias do tempo e da saudade.
És um murmúrio quente soprado no escuro do silêncio, és uma lágrima que escorre pelas cores do arco íris, és o meu sorriso quando as estrelas se vão deitar.


(Lembras-te daquela noite em que não conseguias dormir? Uma como tantas outras... E de manhã acordaste-me com festinhas e um sorriso maior do que o sol, e disseste: "Esta noite não consegui dormir, portanto passei-a a tocar. Mas não tinha nada em clave de dó na terceira..." Lembras-te? Tive muita pena que não me tivesses acordado, para passarmos a noite acordadas juntas.)


Quando vou à praia à noite, lembro-me sempre de ti. Lembro-me de uma conversa que uma vez tivemos, e da vontade que tinha de te abraçar porque estavas triste. Ainda tenho.
Ainda te guardo aqui dentro, quentinha, para que não tenhas frio. Ainda te aconchego nos lençóis da madrugada, quando me dizes que te dói a cabeça e a pões no meu colo.


(Tenho muita pena de não passarmos mais tempo juntas. Uma vez disse-te "84 kms não são nada", lembras-te? Tento acreditar que ainda não são. Mas às vezes custa.)


Há muitas coisas que ainda não te contei. Às vezes tenho medo de não chegar a contar tudo. O tempo escorre-nos por entre os dedos, sabes? E às vezes tenho muito medo que alguém encurte o nosso. Não deixes que isso aconteça.

E toma bem conta da nossa menina. Para que possa(mos) continuar a sorrir. De mãos dadas.

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